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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tropicália


Eu fui um grande revolucionário de 69
cantei a poesia em praça pública
coloquei meus pensamentos em uma garrafa de Scott
e caminhei sozinho,
pelas ruas da velha Bahia.
Fui envelhecendo com ela,
fui cidade baixa,
alta e até Campo Grande eu fui.
Andei no asfalto ralo dos novos bairros,
e dos tijolos de paralelepípedos fiz moradia.
Fui um tropicalista na multidão passiva
da Salvador ferida e vendida.
Sou transa, sou qualquer coisa ou coisa nenhuma.
Sou da são, do santo, de cristo de do orixá que passeia
em meu rosto, fazendo do vento minha única fé.

3 comentários:

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