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domingo, 12 de agosto de 2012

Gosto


Gosto do seu riso
e o som que ele faz.
Gosto do seu cabelo 
e d'os fios que ele traz.
Gosto quando opina poesia
mesmo quando não faz sentido.
Gosto quando volta para mim
todas as manhãs,
fazendo do dia ser mais tarde,
e na noite
sempre resta teu cheirinho
no meu travesseiro.
Resta o avesso,
veste o desejo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Tropicália


Eu fui um grande revolucionário de 69
cantei a poesia em praça pública
coloquei meus pensamentos em uma garrafa de Scott
e caminhei sozinho,
pelas ruas da velha Bahia.
Fui envelhecendo com ela,
fui cidade baixa,
alta e até Campo Grande eu fui.
Andei no asfalto ralo dos novos bairros,
e dos tijolos de paralelepípedos fiz moradia.
Fui um tropicalista na multidão passiva
da Salvador ferida e vendida.
Sou transa, sou qualquer coisa ou coisa nenhuma.
Sou da são, do santo, de cristo de do orixá que passeia
em meu rosto, fazendo do vento minha única fé.